sábado, 27 de março de 2010

Luta, substantivo Feminino

Livro Traz a História de Mulheres Torturadas e Mortas na Ditadura

Trazendo relatos como o da jornalista Rose Nogueira, torturada durante o regime militar, foi lançado nesta quinta-feira, 25, em São Paulo, o livro Luta, Substantivo Feminino. A publicação reúne também os perfis de 45 mulheres assassinadas e desaparecidas por agentes da ditadura militar no Brasil (1964-1985).

Pelo relato de Rose, tem-se uma ideia do que as mulheres sofreram no período. "No meio desse terror, levaram-me para a carceragem, onde um enfermeiro preparava uma injeção. Lutei como podia, joguei a latinha da seringa no chão, mas um outro segurou-me e o enfermeiro aplicou a injeção na minha coxa. O torturador zombava: ‘Esse leitinho o nenê não vai ter mais’. ‘E se não melhorar, vai para o barranco, porque aqui ninguém fica doente.’ Esse foi o começo da pior parte. Passaram a ameaçar buscar meu filho. ‘Vamos quebrar a perna’, dizia um. ‘Queimar com cigarro’, dizia outro.”

Essas são as frases da jornalista que constam no livro, cujo lançamento teve a participação dos ministros Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, e Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, no auditório da Pontífica Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

"Este livro é o que chamo de terceiro filho do Direito à Memória e à Verdade, lançado pelo presidente Lula, em 2007. Há muitos enfoques a serem completados sobre a ditadura militar e o da mulher era um deles", disse Vanucchi.

Para Nilcéia, o livro é "mais um elemento para deixar o passado vivo e , assim, construirmos um presente e um futuro sem temores". "A impressão que tenho lendo os livros de história é que este país foi construído apenas pelos homens. Este livro resgata a contribuição das mulheres para reconquistar a liberdade e na reconstrução da democracia brasileira", completou a ministra.

Com tiragem inicial de 2,5 mil exemplares, a publicação reúne os perfis de 45 mulheres assassinadas e desaparecidas por agentes da ditadura militar no Brasil (1964-1985), cujos casos foram julgados pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos em 15 anos de atividade. A obra ainda traz informações sobre as circunstâncias em que essas mortes e desaparecimentos ocorreram.

Em praticamente todos os casos relatados, as vítimas morreram em decorrência das torturas, foram executadas ou passaram a ter seu destino desconhecido por seus familiares e amigos. Para não deixar que tais horrores caiam no esquecimento e contribuir para a elucidação desse terrível episódio de nossa história, o livro Luta, substantivo feminino apresenta também depoimentos corajosos de 27 mulheres que sobreviveram às torturas.

No seu discurso, Vannuchi comentou que, apesar de ter sido barbaramente torturada no período militar, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ficou de fora do livro para "evitar qualquer comentário de que a publicação tenha conotações políticas". No auditório da PUC, o ministro pronunciou o nome de algumas das sobreviventes cujos depoimentos estão no livro e todas foram aplaudidas de pé pelos estudantes.

(...) Baixe aqui o livro na íntegra:

Fonte: Portal Vermelho
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sábado, 20 de março de 2010

Because I Am A Girl



Porque eu sou uma garota

Por ocasião da Assembleia de Gênero do Fórum Urbano Mundial, que acontece até hoje (20), no Rio, a Plan International apresentou o vídeo da sua campanha “Because I am a girl” (porque eu sou uma garota). O material demonstra os desafios para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa para homens e mulheres, onde os papéis socialmente estabelecidos ainda são impeditivos ao acesso à saúde, à educação, à vivência de uma infância saudável e até à segurança alimentar.Porque eu sou uma garota, eu terei sorte se sobreviver…
Porque eu sou uma garota, eu terei sorte se tiver acesso a educação…
Porque eu sou uma garota, eu terei sorte se tiver saúde porque milhares de jovens na África estão infectadas pelo HIV…
Porque eu sou uma garota, eu terei sorte se não precisar casar ou ter filhos precocemente…

Fonte: Blog Eu Decido

quinta-feira, 18 de março de 2010

Rejane Pereira - Secretária da Mulher do Recife. Entrevista




Rejane Pereira, nomeada há 2 meses Secretária Especial da Mulher da Cidade do Recife. 

Entrevistei a secretária, sob comando de Ana veloso:
Rejane Pereira entrevista flash


sábado, 13 de março de 2010

ARRUDAS, P.Os, RORIZ... corja

O Roriz é o pai de todos, e está sendo poupado pela mídia.

Por isso, o Sindicato dos Urbanitários no DF (STIU-DF) confeccionou o seguinte adesivo.





Favor ajudar a divulgar

Diretoria do STIU-DF


P.S.: "Aposente" se escreve com "s", mas o "Z" transgride as leis ortográficas.
fonte: http://www.carcari.com/2010/03/novo-adesivo.html

quarta-feira, 10 de março de 2010

Ágil Fotojornalismo - memória de uma época

Por Leila Jinkings

Gostava de fotografar desde criança. Minha câmera Olympus Trip era inseparável e eu fazia boas fotos dos lugares que conhecia. Mais tarde, das minhas filhas pequenas.
A fotografia entrou no meu sangue aos poucos. O golpe fatal foi na faculdade de arquitetura, na Universidade de Brasília, a UnB. A fotografia era uma das ferramentas que usávamos para registrar e entender o entorno das áreas urbanas objeto do estudo.  A Vila do Paranoá, área escolhida pela equipe, nos abraçou, envolvente, diante da luta daquela população contra a desocupação iminente.  Eu, Eliana (Lobo de Oliveira) e demais colegas passamos a apoiar a causa promovendo debates, divulgando a causa, preparando material visual e... haja clic.
Nessa época estabelecera amizade com muitos jornalistas e me inspirava muito o trabalho de Milton Guran, com o qual convivia mais de perto por ser namorado de minha amiga Silvana Louzada.
Resolvi seguir o jornalismo, na área da fotografia. O fotojornalismo me seduzira.  Meus pais me presentearam com uma câmera profissional. Assim, sem mais nem menos. Eles atendiam a uma aspiração da filha. Mandaram (eu morava em Brasília, eles em Belém) uma Pentax Mx, com uma lente grande angular 28 mm e uma 135 mm, além da normal de 50 mm. Fiquei exultante ao receber aquela beleza. Uma maravilha!! Não cansava de abrir e fechar a caixa. Abria a caixa e admirava a câmera, a acariciava e a guardava de volta.
À noite, no Beirute, contava aos amigos do presente maravilhoso que recebera e falava dos meus planos: queria fotografar por aí e pegar alguns trabalhos, mas.. precisaria aprender a usar a câmera, além de revelar os negativos e ampliar as fotos, urgentemente. Na mesa ao lado, um galeguinho simpático fala assim: ”Acaba de ganhar uma bolsa em meu curso de fotografia no Cresça”. Não acreditei naquilo que ouvia. Era sorte demais.
Kim Ir Sem, o galeguinho, era um fotógrafo já renomado. Tinha (tem) um belo trabalho de pesquisa e produção da Fotografia. Ele foi incrível, me deu todo o apoio. Logo na primeira aula ele se entusiasmou com a minha fotografia e me incentivou e incentiva até hoje (hoje, é para eu voltar à fotografia). Kim permitia que eu usasse o laboratório sempre que precisava.
Bom, mas, até esse ponto, meu destino já tinha cruzado com dois futuros fundadores da Ágil Fotojornalismo: Milton Guran e Kim Ir Sen. Eles fundaram a Ágil, mas só chamaram profissionais, evidentemente. Havia muita gente boa. André Dusek, Beth Cruz, Rolnan Pimenta, Salomon Cytrynowicz, Luís Humberto, Waldir Pina, Mailena, o Rui Faquini, Juan Pratiginestos, Varella e outros.  Eles fizeram um jornal sobre Arrais para lançar a Ágil e programavam um jornal especial sobre a visita do Papa, em 1881. A essa altura minha amiga Silvana também se interessou pela fotografia e - as duas - perseguimos Guran e Kim para nos deixar participar daquela cobertura. O filme negativo P&B, a matéria prima, custava caro e eles não podiam desperdiçar. No final das contas eles nos deram 2 ou 3 filmes pra cada uma. Nossas fotos foram aproveitadas e eu surpreendi com três fotos publicadas, o que me deixou orgulhosa. Era mais do que alguns já consagrados emplacaram.
Depois disso ninguém me segurou mais e passei a colaborar com a Ágil, sempre que tinha um material de interesse. Fui aceita como membro da União dos fotógrafos logo em seguida, com testemunho do fera Luis Humberto, que havia tomado conhecimento de uma cobertura feita por mim e manifestado elogios.
Kim e Guran foram minha referência fotojornalística e ética. Aprendi com eles a bem apurar e ir atrás da foto. Também aprendi a ser ágil na ação jornalística da captação à edição e posterior repasse aos meios de veiculação (o que pode aparentar ter pouca importância, mas a venda e o destaque da foto dependiam da rapidez com a qual você enviava). Não esquecer que naquela época o processo não era instantâneo como é hoje. Tínhamos que fazer a foto, revelar o negativo em câmera escura, ampliar a foto, revelar, secar e enviar por telefoto, que era uma espécie de fax para transmitir a foto por telefone, e que chegava lá como um fax. Quando o tempo permitia, por via aérea, correndo contra os prazos de fechamento das revistas.
A Ágil foi uma escola, uma experiência inesquecível. A convivência solidária e bem humorada entre todos era gratificante. Kim, paciente, perfeccionista, perseguia a qualidade técnica na fotografia e a qualidade no manuseio do nosso patrimônio que ali formávamos: o arquivo fotográfico de um momento decisivo da história – eram os anos da transição democrática, da anistia. Guran era um grande estrategista, sempre atento e muito ágil. Eu admirava muito a rapidez com que ele “pescava” e conduzia pautas e tomava decisões. Juntaram-se ao grupo o Julio Bernardes e o Duda Bentes, que passou a ser o responsável pelo laboratório, além de fotógrafos agenciados em todos os estados.
Me engajei, conduzida pelos ágeis, na luta da categoria por diretos autorais e patrimoniais de nossa produção fotográfica.  Militantes da luta democrática éramos todos. A memória dos movimentos pela Anistia e depois pelas diretas estava toda ali registrada. Em 1986 um incêndio criminoso destruiu grande parte desse patrimônio. Milhares de negativos de todos nós estavam lá e foram queimados. Isto foi determinante para o encerramento da Agência Ágil Fotojornalismo.
Todos que fomos “ágeis” fazemos constar com orgulho em nossos currículos a participação na Agência Ágil. Porque foi mais que uma associação entre fotógrafos. Ela participou da construção da democracia no País.


Milton Guran
EscolaKayapoh, AldeiaDjetuktire, 1991












Kim-Ir-Sen
Pé com borboletas, Pantanal,MT,1985

sábado, 6 de março de 2010

BRASIL NUNCA MAIS

BRASIL NUNCA MAIS
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